Câncer de cortex adrenal
Autor: Patrícia Justino Xavier[1]
Orientadoras: Professoras Cristina Correia e Bruna Bueno
RESUMo
Xavier, P. J. Câncer de Córtex Adrenal. 2014. 16 páginas. Trabalho de Conclusão de Curso de Técnico em Enfermagem do Centro de Educação Profissional Anísio Pedrussi – Curitiba, Paraná
O tumor de córtex adrenal é uma neoplasia rara e muito agressiva. Estes tumores parecem ser esporádicos e já foram descritos como síndromes hereditárias. O tratamento mais eficaz é a cirurgia e na doença avançada não se descobriu ainda se há outro tratamento. No Paraná sua incidência é de 15 vezes maior que em outros países. O objetivo desta pesquisa é levar informações sobre a doença, os sinais e sintomas, o tratamento com medicamentos, quimioterapias, tratamentos alternativos e a procedimentos cirúrgicos, a prevenção e os cuidados da enfermagem com o paciente e seu familiar. Este estudo foi realizado através do relato de experiência vivenciado de uma paciente do sexo feminino, com 7 anos, através de pesquisas em sites de internet de artigos acadêmicos. Através deste estudo pode-se concluir que é muito importante descobrir a doença no inicio para que se tenha um bom resultado no tratamento, e que é muito importante tomar a medicação corretamente e a cirurgia é o único tratamento curativo para que a criança possa viver em longo prazo.
Palavras-chave: Câncer. Cuidados de enfermagem em câncer infantil. Córtex adrenal.
1 Introdução
Câncer de córtex adrenal é um tumor maligno raro localizado na camada mais externa da glândula adrenal. O córtex é derivado da mesoderme, e é formado por três zonas, (zona glomerulosa externa, zona fasciculada média e zona reticular interna) onde são produzidos vários tipo de esteróides (Aldosterona, Hidrocortisona, Desidroepiandrosterona e Androstenodiana). A função do córtex adrenal é regulada pelo hormônio Adrenocorticotropico hipofisário.
As causas deste câncer adrenal não são conhecidas e é sempre mais provável ocorrer no córtex, que é a porção externa da glândula supra-renal, do que na medulas, glândulas adrenais produzem varias hormonais que podem ser produzidas em excesso quando o cancro está presente, sendo que níveis anormais de hormônios podem causar algum sintoma de câncer de adrenal, podem ser funcionante ou não funcional.
Os sintomas para se procurar atendimento médico são: ganho de peso inesperado, crescimento anormal de cabelo, sangramento menstrual irregular, hematomas e sangramento fácil, sentindo muita sede, micção freqüente, sensação e plenitude no inicio de uma refeição, dor no abdominal. Para diagnosticar a doença é necessário fazer exames de imagem por TC ou RMN (raios-X e ecografias). O tratamento é feito com a medicação Mitotano que é um potente adrenolitico com atividade especifica no córtex suprarenal, porque inibe a biossíntese de corticóides e destrói as células adrenocorticais. A cirurgia pode também ser uma opção para doentes com cancro numa fase posterior, mas a quimioterapia é normalmente usada em tais casos, a quimioterapia ajuda a tratar câncer que se espalha para outras áreas do corpo e a terapia de radiação também pode ser útil.
O papel da enfermagem inicia-se na atenção básica, o enfermeiro deve perceber através da história clinica do paciente se apresenta alguma sintomatologia de algum tipo de câncer infantil.
Relato de experiência de acompanhamento de uma criança, sexo feminino, 7 anos. Deu entrada em um hospital da cidade de Curitiba no dia 07 de Março de 2011 com queixas de dor abdominal intensa, náuseas, vômitos. Após ter realizado os exames, como raios-X e ecografia, foi diagnosticado uma massa extensa na região abdominal do lado direito, após o ocorrido ela foi internada e dois dias depois foi realizado a biopsia, onde o médico disse que não havia muito a ser feito, pois a massa tumoral era muito grande, e esse tipo de tumor de córtex adrenal é muito agressivo e quando é diagnosticado em estado avançado as chances de cura são mínimas. Os exames mostraram que, a massa tinha 27 por 22 cm e estava bem aderido aos órgãos.
Após a descoberta da doença iniciou-se o tratamento com a quimioterapia, tanto endovenosa quanto via oral (VO), a VO é a mais essencial nesse tipo de tumor de córtex adrenal, o medicamento utilizado é chamado de mitotano. Após 12 ciclos de quimioterapia por exames realizados ecografia e raios-X, foi observado que a massa tumoral havia diminuído em 90%.
Após sessões de quimioterapia foi encaminhada para cirurgia para retirada do tumor.
Após 7 horas intensas de cirurgia a mesma foi um sucesso foi ressecada toda massa cancerígena a massa que foi retirada foi encaminhada para biopsia na qual estavam 98% mortas as células. Foi então que partiu a hipótese dos médicos de realizar mais três ciclos de quimioterapia para concluir o tratamento, já o MITOTANO ela fez uso continuo três vezes ao dia por mais três anos. Hoje ela esta com 11 anos e faz somente acompanhamento medico.
CÂNCER DE CÓRTEX ADRENAL
É uma doença rara que acomete ambos os sexos e atinge mais a faixa etária abaixo de quatro anos ou acima de cinqüenta anos, as características das crianças são semelhantes em todos os países.
Sendo responsável por cercade 0,2% das mortes por ano, sendo mais elevada em crianças com idade inferior a 15 anos, mas predominante no sexo feminino, além dos casos esporádicos foram detectadas casos hereditários.
A cirurgia é o único tratamento curativo. (BROCO, 2010)
Através de exames de DNA de recém-nascidos, pode ser identificada mutação genética responsável pelo câncer, sendo 100% de chances de cura, teste gratuito nas maternidades da região metropolitana de Curitiba. (SILVA, 2006)
ANATOMIA DA GLÂNDULA SUPRA-RENAL
São estruturas bilaterais localizada nos rins, cada uma pesa de 3 a 5 g, medindo aproximadamente 5 cm, no formato esférico achatado é composta por um córtex e uma medula, onde o córtex possui 3 zonas.
Zona Glomerulosa: sendo a mais externa, estreita e localizada abaixo da capsula é composta por células cuboides e colunares, o núcleo é denso e o citoplasma escasso com poucos lipídios, produz o hormônio aldosterona onde é controlado pelos níveis séricos de renina, angiotensina e K. A renina é uma enzima proteolítica que é produzida nas células justaglomerulares das artérias aferentes dos glomérulos do rim, a angiotensiogênio é um globulina do plasma sintetizado no fígado, sendo hidrolisado pela renina e produz angiotensinaconsiderado um potente estimulador da síntese de aldosterona, tem efeito vasoconstritor e eleva a pressão arterial.
Zona Fasciculada: Camada espessa composta por cordões radiais de espongiocitos são células poliédricas de citoplasma claro com delicados vacúolos onde contem lipídios, onde produz os glicocorticoides de manha é maior e a tarde e noite menor, elevando-se novamente durante o sono sendo principal o cortisol que tem efeito metabólico sobre os glicídios, lipídios e proteínas, é estimulado pelo ACTH encontra regulado pelo CRH hipotalâmico, a liberação do CRH que determina o ritmo cardíaco influem nos fatores de alimentação, horas de sono, duração de horas-luz e estresse.
O cortisol tem efeito antiinflamatório e antialérgico reduzindo a hiperemia, tendo efeito também sobre o trato gastrointestinal, aumentando a secreção de acido clorídrico, pepsina e tripsina pancreática, diminui a secreção do muco e favorece o desenvolvimento de ulceras gastroduodenais.
Zona Reticular: Camada estreita no limite com a medular é composta por agregados irregulares de células não-vacuolizadas, produzindo os esteróides sexuais (andrógenos, DHEA e androstenediona, estrógenos e progesterona). (SILVA, 2005)
FISIOLOGIA DA ADRENAL
Estes hormônios atuam em vários órgãos tendo influência no metabolismo do nosso organismo, algumas vezes associado a outros hormônios, sendo monitorado pelo cérebro. (SILVA, 2005)
CÓRTEX ADRENAL
De origem mesodérmica, subdividido em três zonas concêntricas, estes hormônios são sintetizados pelo colesterol, onde compõem os esteroides que agem sobre o metabolismodas proteínas, glicídios, lipídios e minerais. (SILVA, 2005)
MEDULA ADRENAL
Composta por células especializadas neuroendócrinas que produzem as catecolaminas, as células ovais ricas em grânulos de secreção são chamadas de cromafinicas, sustentado por um estroma escasso, mas é intensamente vascularizado, onde representa 10% da glândula. A adrenalina compõe 80% das catecolaminas secretadas na medula adrenal, é a única que não é sintetizada em outro tecido fora a medula adrenal, podendo armazenar-se nos grânulos de secreção. As catecolaminas quando transformadas são hidrossolúveis e excretadas na urina.
As catecolaminas adrenérgicas estimulam a glicogenólisehepática e muscular, aumentando o nível de glicose plasmática, estimula também a lipose no tecido adiposo aumentando os níveis de ácidos-graxos. A adrenalina prepara os músculos, pulmão e coração para as atividades intensas e onde há situação de estresse, promove aumento da contração dos músculos e aumento da frequência cardíaca, levando a um aumento de pressão sanguínea e broncodilatação, para disponibilizar O². (SILVA, 2005)
SINAIS E SINTOMAS
Os sintomas mais comuns do câncer de adrenal.
DIAGNÒSTICO
Pode ser levantada por uma combinação de critérios clínicos, bioquímicos e exames de imagens sendo confirmados pela histopatologia. Os tumores funcionantes estão numa percentagem entre 25 e 80% e os não funcionantes são silenciosos e são achados incidentais em exames de imagem ou cirurgia por outras causas . O diagnostico de um carcinoma adrenocorticol é mais frequente no decurso de um incidentaloma. (BROCO, 2010)
ESTÁGIOS DO CANCER ADRENAL
Estagio I: Menos de 5 cm e não espalhou para os tecidos e glândulas.
Estágio II: Mais de 5 cm, mas não espalhou ainda para tecidos vizinhos.
Estagio III: Já espalhou para tecidos circunvizinhos á glândula ou linfonodos ao redor da das adrenais.
Estagio IV: Espalhou para tecidos ou órgãos e linfonodos ao redor do córtex adrenal, ou câncer pode ter se espalhado para outras partes do corpo. (LOIOLA, 2008)
TRATAMENTO
Cirurgia: Chamada de Adrenalectomia, onde é retirada a glândula adrenal e removido os tecidos ao redor da glândula onde tenha suspeita de células cancerosas, podendo também serem retirados os linfonodos.
Quimioterapia: É utilizada para matar as células cancerosas, podendo ser administrada em pílulas, endovenosa ou intramuscular, chamado de tratamento sistêmico devido sua ação onde entra na corrente na sanguínea viajando pelo corpo eliminando as células cancerosas.
Radioterapia: utilizam-se raios X para matar as células cancerosas e também diminuir o tamanho dos tumores, é aplicado através de uma maquina externa, podendo também implantar dispositivos radioativos no corpo. (LOIOLA, 2008)
Mitotano: O tratamento com este fármaco é feito em casos em que a cirurgia é impossível ou insuficiente, as doses são entre 0,5 e 12 g por dia, mas as mais freqüentes são entre 2 a 4 g por dia, manifesta-se após 2 a 4 semanas de tratamento com efeito lento, efeitos secundários dependem da dose administrada, é formulado em comprimidos de 500mg chamado de lysodren, usado na defensiva para evitar uma situação aguda. (PAIVA, 2005)
CUIDADOS DA ENFERMAGEM
É importante considerar dois tópicos para o exame intervenção e avaliação, o enfermeiro tem que acreditar quando paciente fala que está sentindo dor e segundo é observar os comportamentos não verbais que indicam a presença de dor, e determinar se a dor é aguda ou crônica, a atitude do paciente e identificar o fator que está influenciando a dor e a resposta do paciente a dor, mostrar que a dor é compreendida e pode ser controlado, administrar analgésicos antes dos sintomas de dor em horários padronizados e proporcionar uma melhor qualidade de vida ao paciente aumentando sua sobrevida com qualidade. (TULLI et all, 2008)
PREVENÇÃO
Através de exames de DNA de recém-nascidos, pode ser identificado mutaçãogenética responsável pelo câncer, sendo 100% de chances de cura, teste gratuito nas maternidades da região metropolitana de Curitiba. (CRISTO, 2006)
Imagem 3 – Teste do pezinho
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante do exposto acima, podemos concluir que está doença na infância é raro, e é 15 vezes maior que em outros países, onde as células neoplásicas infiltram-se nos tecidos, disseminando-se para outras partes do corpo. E o estadiamento de TCA na infância e a retirada completado tumor e trombos são muito importantes durante a cirurgia, a associação do mitotano tem um papel importante e promissor na cura.
O objetivo do tratamento é curar o cancro ou provocar uma remissão completa do câncer, os tratamentos são feitos através de medicamentos, quimioterapia, terapia de radiação e cirurgia para retirada do tumor cancerígeno.
A enfermagem tem um trabalho importante para ajudar no controle da dor, administrando medicamentos e proporcionando qualidade de vida aumentando a sobrevida do paciente.
A prevenção pode ser feita através do teste de pezinho em recém-nascidos gratuito nas maternidades da região metropolitana e Curitiba.
Através deste estudo concluímos a eficácia dos medicamentos e tratamentos adequados até o momento da cirurgia, onde foi diagnosticado e eliminado o tumor da paciente.
REFERÊNCIAS
BROCO, S; Bonito, N; Sousa, G; Gervásio, H. Carcinoma de córtex suprarrenal. Disponível em:<https://www.spmi.pt/revista/vol17/vol17_n1_2010_65_75.pdf> 2010. Acesso em 29/03/2014.
CRISTO, Luciana. Prevenção. Disponível em <https://cienciahoje.uol.com.br/> 2014. Acesso em 29/03/2014.
LORIAUX, Lynn. MD, PhD, MACP. Anatomia e Fisiologia glândula supra-renal. Disponível em<https://www.medicinanet.com.br>2012. Acesso em: 29/03/2014
LOIOLA, Alessandro. Câncer Adrenal. Disponível em: <https://prontuarioidmed.websiteseguro.com>2008. Acesso em 30/03/2014.
PAIVA, Isabel; RIBEIRO, Cristina. Terapêutica Farmacológica da doença de Cushing. Disponível em <https://www.actamedicaportuguesa.com>2005. Acesso em 30/0/2014.
TULLI, Andreya C. P.; PINHEIRO, Cláudia S. C.; TEIXEIRA, Sinara Z. Dor Oncologica: Os Cuidados de enfermagem. Disponível em <https://portaldeenfermagem.blogspot.com.br> 2008. Acesso em 30/03/2014.
BARCELLOS, Cristiano. Síndrome de Cushing. Disponível em <https://www.cristianobarcellos.com.br> 2014. Acesso em 30/03/2014.
Silva, Luciana Sulzbach da. Hormônios da glândula adrenal, 2005. Disponível em: https://www.ufrgs.br/lacvet/restrito/pdf/adrenal.pdf. Acesso em 02/04/2014.