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Sinusite Crônica
Sinusite Crônica

Sinusite crônica

 

 

Autor: Adverlange Rodrigues de Souza[1]

Orientadoras: Profª Cristina Correia e Bruna Bueno

                       

RESUMO

Souza, A. R. Sinusite Crônica. 2014. 17p. Trabalho de Conclusão de Curso de Técnico em Enfermagem do Centro de Educação Profissional Anísio Pedrussi – Curitiba, Paraná.

Sinusite Crônica é uma doença caracterizada por inflamação dos seios da face. O estudo a seguir tem como objetivo, trazer mais informações sobre a patologia, que são: a causa, como se desenvolve, sinais e sintomas, tratamento tanto medicamentoso como procedimento cirúrgico, prevenção e os cuidados do profissional da saúde, na orientação de acompanhamento. Este artigo foi baseado na experiência de acompanhamento de uma criança com diagnóstico de sinusite crônica, sendo realizados informações de sites da internete e livros específicos sobre a doença. Após a realização do trabalho observou-se que para se ter uma recuperação total é necessário seguir as orientações médicas, bem como atentar para todos os cuidados de enfermagem, uma vez que à mesma não seja feita corretamente, pode apenas mascarar a doença e os sintomas retornarem em pequeno espaço de tempo.

 

Palavras-chave: Sinusite. Definições. Cuidados da Enfermagem

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1       Introdução

Sinusite Crônica é definida como uma inflamação dos seios nasais e a mesma se não for tratada corretamente, pode ter sérias complicações.

A sinusite pode ter sérios agravos que vão de simples, agudo e até crônico. Será abordada nesta pesquisa a patologia que tem sintomas como resfriado comum, dor de cabeça e até febre. Para diagnostico são realizados exames como Rx, tomografia computadorizada (TC), os quais servem para identificar onde há infecção. São realizados dois métodos para tratamento: cirúrgico que é indicado nos casos onde somente a medicação não obtém o efeito esperado, e o tratamento com uso de medicamentos os quais incluem: antibióticos, antiinflamatórios, analgésicos e soluções como spray nasal.

            A enfermagem tem um papel importante consiste principalmente em orientar sobre os métodos para promover a drenagem do muco que se forma nos seios da face. Fazer inalação de vapor, aumentar a ingesta de líquidos e aplicar compressa úmida e quente, além de ensinar a utilizar os medicamentos prescritos pelo médico.

A melhor forma é essa para que o paciente obtenha o resultado esperado e sucesso no tratamento.

 

2       FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

SINUSITE CRÔNICA

A experiência de acompanhar o tratamento dessa criança dois anos do sexo masculino, despertou o interesse por conhecer melhor seu diagnóstico.

No ano de 2004houve início dos primeiros sintomas como os de uma gripe comum com muita coriza, olhos vermelhos, seguido de febre alta e choro continuo, após três dias começou a sair uma secreção amarela e esverdeada pelo nariz. Ao ver os sintomas se agravarem a mãe levou a criança ao pediatra, o qual suspeitou de sinusite e logo em seguida, solicitou os exames necessários para confirmação de diagnóstico, iniciou com exame de rx da face.

Após realizar o exame foi confirmado o diagnóstico, e com isso o pediatra tomou as seguintes providencias: Prescreveu antibiótico amoxilina e antiinflamatório cataflan de 12 em 12 horas, paracetamol de 6 em 6 horas, juntamente com spray nasal e inalação com soro fisiológico sempre que necessário.

Com o passar de três ou quatro semanas os mesmos sintomas voltavam.  A criança apresentava frequentemente crise gripes, com presença de febre, e muita secreção. Os sintomas reapareciam em aproximadamente dois a três meses após termino do tratamento realizado, e novamente utilizava antibióticos, antiinflamatórios, descongestionante e realizava inalação, isso ocorria no mínimo umas quatro ou cinco vezes no ano.

Somente com o tratamento prolongado de duas semanas, foi possível reverter o quadro da infecção até chegar a zero.

 

Para entendermos o que é sinusite crônica, antes é preciso saber o que é sinusite, e como ela se desenvolve.

 

SINUSITE

Sinusiteé uma inflamação das mucosas dos seios da face, que são cavidades que estão localizadas por traz da testa, das bochechas, dos olhos e o osso nasal. Essas cavidades podem sofrer infecções por bactérias, vírus ou fungos e ainda até por um processo alérgico. Isso ocorre quando a drenagem e a retenção das secreções não ocorrem totalmente.

A doença pode vir acompanhada de dor na face, dor de cabeça, febre, tosse, secreção, nariz entupido, dificuldade de respirar e inchaço ao redor dos olhos. E por isso muitas vezes a mesma é confundida com resfriado comum.

Há casos que a sinusite é tão discreta, que pode evoluir até mesmo sem que o paciente perceba, no entanto, em casos mais graves pode ser necessária a intervenção cirúrgica.  (BERTONI, 2014)

 

CLASSIFICAÇÃO

É interpretada de acordo com a sua duração:

v  - Aguda: os sintomas duram até quatro semanas.

v  - Sub-Aguda: os sintomas duram entre quatro e doze semanas.

v  - Crônica: os sintomas duram mais que doze semanas.

v  - Crônica ou Recorrente: quando há quatro ou mais episódios anuais. (GIL, 2005).

 

 

ANATOMIA DA FACE

Segundo Gil (2005), os seios maxilares e etmoidais estão presentes desde o nascimento. O esfenoide e frontal aparecem entre dois e três anos de idade. O desenvolvimento dos seios nasais ocorre aos dezoito anos de idade. O seio etmoidal (numerosas células de ar localizadas no etmoide) é separado por uma fina camada de osso. Essas células etmoidais anteriores drenam para o meato médio e as células posteriores para o meato superior. O óstio do seio etmóide tem de um a dois mm.  O óstio do seio maxilar drena no meato médio e mede cerca de 2,5mm.

O seio frontal varia muito em tamanho. Cerca de 10 por cento dos adultos têm o frontal rudimentar ou hipopneumatizado (pouco aerado). O ducto frontonasal se abre no meato médio, no recesso frontoetmoidal ou na fossa nasal dependendo da inserção do processo.  

 

SINUSITE CRÔNICA

É a infecção dos seios paranasal considerada a mais rara, afeta aproximadamente 1 a cada 1.000 pessoas. Quando a mesma é recorrente ou tem duração prolongada, é classificada como doença crônica.

Pode manifestar-se espontaneamente ou após infecções respiratórias que ocorrem através de uma infecção viral, bacteriana, fúngica ou até mesmo um simples resfriado.

Algumas pessoas nunca contraem a doença, no entanto outras contraem com frequência.  Pode apresentar sintomas menos graves do que a sinusite aguda, o que faz com que o paciente permaneça sem procurar tratamento por um longo período. Com a demora na procura por atendimento médico, pode haver destruição dos seios nasais.

A mesma pode manifestar-se espontaneamente ou após infecções respiratórias ou até mesmo resfriados comuns.  (BERTONI, 2014)

 

SINTOMAS

Segundo Carvalho (2008), os sintomas são os mesmos da sinusite aguda, porém não é sempre que ocorre a febre, sendo mais comum o cansaço e a dor na face.

Outros sintomas:

v  Congestão nasal

v  Secreção nasal, de límpida passando a purulenta

v  Garganta inflamada

v  Mau hálito

v  Cefaléia localizada (dor de cabeça)

v  Mal-estar generalizado; fadiga

v  Dor específica de acordo com o seio paranasal acometido

v  Desconforto facial vago

v  Tosse por que a secreção espessa goteja constantemente para trás, para dentro da nasofaringe

v  Rouquidão crônica. (SMELTZER, BARE, 2005)

 

DIAGNOSTICO

O diagnóstico utilizado para descobrir se o paciente tem sinusite é feito através de exames laboratoriais, rx e tomografia.

Exames Laboratoriais: Através do exame de sangue para descartar outras causas incluindo baixa imunidade e teste do suor, para verificar se não existe fibrose cística, (quando o organismo produz anormalmente um líquido chamado muco, nas passagens aéreas).

 Técnicas de Imagem: Rx e TC (Tomografia Computadorizada)             

 

O exame da cavidade nasal, realizado com boa iluminação preferencialmente por endoscópios, pode mostrar secreção purulenta saindo pelo meato médio, ao mesmo tempo em que permite avaliar as condições da mucosa, a presença de alterações anatômicas tais como hipertrofia das conchas nasais, da adenóide, desvios septais, tumores, etc. (SHIRLEY et all, 1998)

 
TRATAMENTO

Na rinossinusite crônica, preconiza-se a utilização da amoxicilina com ác. clavulânico, a clindamicina ou a associação metronidazol com cefalosporinas de primeira ou segunda geração, ativos contra S. aureus e, aneróbios. O tempo de tratamento dependerá das outras medidas terapêuticas, incluindo o tratamento cirúrgico, podendo ser recomendada uma duração de 3 a 5 semanas.

Tratamento coadjuvante solução salina isotônica ou hipertônica podem ser utilizadas no tratamento da sinusite aguda ou crônica. No entanto não existem estudos comprovando essa eficácia no tratamento sinusite. Podem ser utilizados, embora seus efeitos benéficos não cheguem a superar as vantagens da ingestão de água ou do uso de vapor de água que apresentam comprovado efeito mucolítico.

Os vasoconstrictores se utilizados, devem ser prescritos por no máximo 6 a 7 dias.

Os corticoides são utilizados quando existe edema importante da mucosa nasal, cefaléia intensa, pólipos ou quadro de sinusite alérgica. Devem ser prescritos por via oral e por no máximo 7dias.  (SAKANO, et al, 2001)

 

v  Antibióticos para o tratamento de Sinusite

Na tabela abaixo é possível identificar os tipos de antibióticos mais utilizados. (PINNA et all, 2014)

 

Tabela 1

 

Tabela 1: recomendações de antibióticos nas sinusites

Rinossinusite aguda (antibiótico de primeira opção)

Amoxicilina

Rinossinusite aguda (antibióticos de segunda opção)

Amoxicilina com Clavulanato de potássio

Cefuroxime axetil (ex: zinnat® ou genérico)

Rinossinusite aguda, paciente alérgico a penicilina e/ou cefalosporina

Claritromicina

Clindamicina

Rinossinusite crônica

Amoxicilina com Clavulanato de potássio

Cefuroxime axetil (ex: zinnat® ou genérico)

Cefprozil

Clindamicina

 

 

TRATAMENTO CIRÚRGICO

            A cirurgia é indicado para os casos que não respondem ao tratamento clínico, principalmente em casos de sinusite crônica com deformidades anatômicas.

            A cirurgia consiste em desobstruir, limpar, drenar as cavidades e corrigir as alterações que sejam necessárias.  

            A maioria dessas operações é feita sob anestesia local mas outras requerem anestesia geral, ou seja, umas são mais invasivas e outras menos invasivas.

            A cirurgia  tem mostrado bastante eficiência na grande maioria dos casos, o tempo de hospitalização é de sete a dez dias.

            A doença pode voltar após a cirurgia , mas a porcentagem de reincidência é pequena, se voltar tem que tratar como de fosse uma nova infecção.

            O principal objetivo do tratamento cirúrgico é restaurar a aeração e drenar os seios paranasais com o mínimo de trauma possível e consequentemente reestabeler a função mucociliar da mucosa acometida. (SHIRLEY S et all, 1998)

 

COMO É FEITA A CIRURGIA

São realizadas de preferência utilizando-se os endoscópios (microscópios cirúrgicos). (SHIRLEY S et all, 1998).

Está indicado quando há:

 

-  Falha do tratamento clínico, administrado por, no mínimo, três meses;

-  Efeitos adversos do tratamento medicamentoso;

-  Baixa adesão do paciente ao tratamento clínico;

-  Queixa primária de obstrução nasal, ou alterações de olfato sem melhora com tratamento clínico;

-  Presença de sintomas persistentes em vias aéreas inferiores, sem melhora com tratamento medicamentoso;

-  Sintomas unilaterais: sangramentos, crostas, cascomias
 (alteração do olfato);

-  Meningites;

-  Edema e dor frontal unilateral severa. (ESTEVÃO et all, 2012)

 

SINUSPLATIA

A sinuplastia utiliza um cateter com balão, pequeno e flexível, que é colocado no orifício do seio bloqueado. Quando ele é insuflado promove a reestruturação e abertura do seio, restaurando a drenagem e na maioria das vezes sem remover ossos e tecidos.

Isso leva a redução no risco de sangramento, de formação de crostas e aderências, permitindo uma recuperação mais rápida e confortável para o paciente.

 

PREVENÇÃO

            A melhor forma de prevenir a sinusite é adquirir hábitos saudáveis, como por exemplo: lavar sempre as mãos, beber muita água, se alimentar corretamente com muitas frutas e verduras, evitar o jejum, evitar ambientes fechados, manter sempre muito limpo o ambiente em que vive e praticar exercícios físicos. (LOREDO et all, 2014).

 

CUIDADOS DA ENFERMAGEM

            Como o paciente geralmente realiza as medidas de cuidado para a sinusite em casa, o tratamento de enfermagem consiste principalmente em orientar sobre os métodos para promover a drenagem do muco que se forma nos seios da face. Fazer inalação de vapor, aumentar a ingesta de líquidos e aplicar compressa úmida e quente, além de ensinar a utilizar os medicamentos prescritos pelo médico.

            O profissional da enfermagem deve também explicar ao paciente que febre, cefaleia e rigidez na nuca são sinais de complicações e o mesmo deve procurar cuidado adicional, ou seja, consultar o médico novamente. (PINHEIRO, 2002).

 

3. Considerações Finais

Com base no estudo realizado pode-se concluir que a sinusite crônica é uma doença que surge quando os óstios, ou seja, a abertura de entrada do ar para os seios paranasais ficam obstruídos por uma inflamação, ou desvio de septo, que começa a acumular secreção nas cavidades com média de três meses ou mais.

O estudo em questão também trouxe a comparação com o relato vivenciado, onde se podem relacionar os sintomas do paciente com os exames e tratamento que a literatura nos demonstra.

A enfermagem possui papel importante na prevenção, realizando orientações em relação a hábitos de vida saudáveis, e na orientação do tratamento médico.

 

REFERÊNCIAS

 

GIL, Júlio Miranda. Rinossinusite e Complicações da Rinossinusite, 2005.

 

SMELTZER Suzanne C. / Brenda G. Bare. Brunner e Suddarth. Tratado de Enfermagem Médico-Cirúrgica. 10ª Edição, Vol. 1. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.

 

SHIRLEY, S. N. Pignatary / WECKX, Louis Maurice, SOLÉ Dirceu. Rinossinusite na Criança.  Jornal da Pediatria, Sociedade Brasileira de Pediatria, 1998.

 

E SAKANO, Weckx LLM, LU Sennes. Sinusite Crônica.    Livro Sociedade Brasileira de Otorrinolaringologia / Projeto Diretrizes Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina, Junho 2001.   

 

CARVALHO, Arthur Luíz Alvez Frazão. Sinusite Crônica.  Disponível em: <(https://www.tuasaude.com/sinusite-cronica>  2008. Acesso em 11/02/2014.

 

BERTONI, Luiz Carlos. Alergia Respiratória. Disponível em: <WWW.alergiarespiratória.com.br> 2014. Acesso em 18/02/2014.

 

LOREDO, Bruno / SANTOS, Jorge dos Santos / FUJITA, Reginaldo / Pizzaro, Gilberto. Disponível em <https://www.minhavida.com.br> 2014. Acesso em 23/02/2014.

 

VOEGELS, Richard Louis / PINNA, Fábio Rezende / TELES, Tatiana Regina. Disponível em: < https://sinusite.org.br> 2014. Acesso em 05/03/2014.

 

 

ESTEVÂO, Débora B. / MEIRELLES, Roberto C. Rinossinusite Crônica.  Otorrinolaringologia Geriátrica. Vol. 11, N. 3, 2012.

 

 

 

 



[1] Aluna do Curso Técnico em Enfermagem do Centro de Educação Profissional Anísio José Pedrussi